sexta-feira, 24 de julho de 2009

Entenda a geometria das bikes

Entenda a geometria das bikes

Marcelo Rudini
image Geometria de bicicletas

Sempre vejo em listas pessoal iniciante pedindo ajuda para escolher uma bike nova. As perguntas sempre giram em torno de marcas. Mas o que poucos se lembram é que cada marca ou modelo trás um tipo de geometria.

Pode até dar certo indicar por marcas, mas o que todos precisam ficar atento é que, para cada uso, há uma geométrica específica.

Hoje temos basicamente oito tipos de geometria, duas delas voltados para exibição e seis para eficiência de pedalada em vários tipos de terrenos. Das seis voltadas trilhas, temos a seguinte classificação: Rabo duro, Cross country corrida, Cross Country trilha, Toda montanha, Downhill e Freeride.

Para passeios, basicamente ficamos entre três tipos, rabo duro, XC e toda montanha. A partir destes modelos podemos fazer ajustes finos para pequenas mudanças na geometria, como o tamanho do curso da suspensão, por exemplo.

Mas para que fique mais fácil entender o que estes tipos de bicicletas representam, temos que olhar como funciona a geometria das bikes.

Ângulo de ataque

O ângulo que a roda da frente fica em relação à bike tem um dos maiores efeitos na sua pedalada. Quanto maior for este ângulo mais arisca fica a bike; quanto menor, mais preguiçosa fica a bike para curvas.

Bikes íngremes são ágeis. Elas são fáceis de conduzir e fáceis de manterem no trilho em subidas. No entanto, nas decidas elas se comportam de maneira imprecisa, instáveis.

A bicicleta com um ângulo de ataque menor, e mais lenta para curvas, são mais estáveis em velocidades maiores, mesmo em estradas de terra. No lado negativo, é que elas resistem em virar. São conhecidas como “caminhões”, precisam de espaço para manobrar.

Para quem quer manobrar por entre troncos de árvores, as bikes mais ariscas são as indicadas; e para quem vai só andar por estradas de terras e pedras, as estilo caminhãozinho são mais indicadas.

É possível fazer um ajuste fino neste ângulo trocando a suspensão. Usando extensão de cursos diferentes dá pra mudar o grau de ataque em até 2 graus. Para quem quer o melhor dos dois mundos, há suspensão com regulagem de cursos. Assim, você pode deixar a bike mais íngreme para subidas e mais estáveis para as descidas.

Exemplos de ângulos de ataque

Cross-country 70 a 71 graus

Toda montanha 69 graus

Downhill 66 a 77 graus

Altura inferior do quadro

Esta altura determina o vão disponível para terrenos acidentados. Determina também a que distancia seu corpo vai ficar do chão. Quanto mais baixo, melhor é o centro de gravidade e isso facilita nas curvas.

Sendo essa altura muito pequena, o pedal começa a bater em pedras. Se o uso for somente em terrenos lisos, ter o quadro mais baixo ajuda a fazer curvas mais rápidas, como slalon e bikecross. Tente ficar com a bike com o menor vão de pedevela possível. O mais baixo sem pegar o pedal no chão.

altura_422399944.jpg

Alturas típicas para vão inferior

Rabo duro 11,5 a 12 pol

Cross-conutry 13 pol

Toda montanha 14 pol

Downhill 14,5 a 16 pol

Comprimento do suporte traseiro

Quanto menor este suporte, melhor. Quando mais a roda traseira ficar sob seu corpo, melhor é a tração nas subidas, melhor é sua curva nas esquinas e ainda facilita empinar a roda dianteira.

Você deve estar se perguntando: se este comprimento é muito melhor quando menor for, porque a roda não fica embaixo do corpo literalmente? A questão é que, encurtar demais esta distância, compromete outros pontos da geometria. Portando, os designers sempre colocam a menor distância possível.

A dica aqui é buscar o quadro com o menor suporte traseiro e que atendas as outras especificações que você precisa.

suporte_traseiro_842129078.jpg

Ângulo do canote do selim

Este ângulo pode colocar seu corpo mais sobre os pendais, onde você vai conseguir o máximo de potência das pernas. Se o ângulo for mais agudo ele vai te colocar mais para cima da roda onde você vai conseguir uma estabilidade melhor para decidas. Você ainda vai conseguir uma boa potência das pernas, mas não tanto quando estiver posicionado mais a frente. Na maioria das bicicletas, o anglo do suporte do selim acompanha a mesma medida do ângulo de ataque. Isso para corresponder ao tipo de pedal que você deseja fazer. Se caso seu selim ficar muito atrás, você pode ainda regular só o selim, deslizando-o mais a frente.

angulo_selim_188213215.jpg

Como escolher sua bike

Agora você já pode analisar os dados de geometria que os fabricantes informam. A partir desta analise você vai poder achar a marca que melhor te atende. Ainda há a liga do quadro e todos os outros componentes, mas escolhendo o melhor desenho para o tipo de pedal que você pretende fazer, você terá o maior prazer possível dos seus pedais.

Boa escolha.

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